EXTRATIVISMO
NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL
Essa
reportagem do evento realizado no Nordeste: “1º Encontro Sobre a Planta
Medicinal Janaúba” em 2012, em Crato e Barbalha-CE, faz um relato
das condições primárias do extrativismo naquela Região e das famílias que
sobrevivem da retirada do leite vegetal – Publicação de um jornal do Nordeste-14/11/2012
– O fornecedor indicado é do CEPREN,
soube dessas práticas desde 1978 e levou para Curitiba-PR.
“Para
garantir a sustentabilidade no processo de extração do leite de janaguba,
planta nativa do cerrado brasileiro, melhorar as práticas de coleta e manejo
higiênico que não lesionem as árvores e sua reprodução, além de gerar ocupação
e renda para as comunidades extratoras do vegetal, o Instituto Chico Mendes da
Biodiversidade (ICM-Bio), em parceria com Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) e Universidade Federal Rural do Semi- Árido (Urfesa), está realizando
até hoje o 1º Encontro Sobre a Janaguba.
O
evento, que reúne cerca de 80 pessoas entre pesquisadores, comerciantes,
extratores e usuários do leite, está acontecendo no Crato. Ao final, espera-se
que seja firmado um acordo ambiental, social e econômico em torno das
atividades que envolvem a planta. A ideia é expandir o termo para as outras
espécies nativas do Cariri que podem despertar interesse econômico.
Na
Floresta Nacional do Araripe (Flona), estima-se que existam 30 pés de janagubas
por hectares. A espécie tem potencialidades medicinais e é indicada,
principalmente, para os tratamentos contra as doenças do sistema digestivo e
câncer. Mas também já há relatos do uso no combate à Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (Aids). Da planta é extraído apenas o látex.
Atualmente, apenas em Crato e Barbalha, cerca de 50 extratores sobrevivem da
venda deste produto e aproximadamente 100 famílias envolvidas na cadeia
produtiva. De acordo com o chefe da Instituição, William Brito, o encontro
promoverá a qualidade da coleta, as formas corretas de manipulação do leite da
planta e a conservação da espécie. "Estamos produzindo mudas para garantir
a reprodução da Janaguba, já que se ela for explorada inadequadamente, poderá
entrar em processo de extinção", revela.
Para
garantir a reprodução da espécie, a Flona estabeleceu um período de defeso
entre os meses de dezembro e janeiro, onde não deve ocorrer a exploração. No
momento, está sendo concluída uma pesquisa sobre o impacto ecológico da coleta
do leite de janaguba. Em sua tese de doutorado, a pesquisadora, Cristina
Baldauf, aponta que a forma tradicional de exploração da planta é sustentável e
que ainda não há riscos de extinção da espécie. Aqui a gente tem um exemplo de
uso sustentável combinado com a geração de renda para as comunidades
locais", afirma. Desde a década de 70, quando o médico José Ulisses
Peixoto iniciou o tratamento de pacientes com câncer por meio da ingestão do
leite da janaguba, a planta vem sendo bastante observada. Porém, os estudiosos
indicam que é necessário tomar algumas precauções quanto aos procedimentos
extrativistas. A recomendação principal é sobre os métodos de retirada
superficial da casca das árvores, respeito ao período de reprodução, remoção de
grandes áreas na circunferência do caule, utilização de ferramentas que não
agridam profundamente a planta e cumprimento do tempo de espera de três anos
entre uma colheita e outra.
Desde
2008, os estudos farmacológicos vem comprovando as propriedades medicinais da
janaguba. Há vários relatos de cura dos males. O leite da planta já está sendo
vendido em todo o País e até no exterior. No Cariri, o produto pode ser
encontrado em praças e mercados públicos ou sob encomenda. O potencial de venda
é tão grande que até pequenas empresas foram abertas para dar conta da demanda.
Para estabelecer normas de sustentabilidade e de boas práticas de manipulação,
o ICM-Bio cadastrou alguns dos extratores.”
Os
relatos acima são encontrados na internet em diversos blogues, jornais e
sites, da Região Nordeste, não foi possível identificar a autoria dos textos.